terça-feira, janeiro 23, 2007

Perupatolinha: filial de Promissão, SP

Prólogo

Nas duas primeiras edições do perupatolinha organizadas pela Zel eu não pude ir e pelos relatos imaginava que seria impossível que eu fizesse um dia desses.

Depois de participar na produção da 3a edição deu para ter uma idéia do trabalho que é e a diversão que é desossar, planejar, picar, lavar, etc, etc. A família da Tati é de Promissão e o pessoal adora comer BEM. Fartura, grandes porções e panelões grandes com dúzias de apetrechos, tudo light, como feijão e couro de porco, leitões assados e arroz de carreteiro, com muito bacon e lingüiça.

Por que não fazer o perupatolinha na ceia do ano novo? Ótima idéia, mas considerar a responsabilidade de preparar o prato principal da ceia na casa de parentes quando é impraticável pedir pizza caso a receita dê errado, dá um medo enorme. Mas estamos aqui parar arriscar.

Imprimo a receita e vou atrás dos ingredientes. Temperos, ok. Vegetais compro na cidade. As carnes: galinha e pato congelados, ok. Peru de 8 kg., não tem. Sabe como é, Natal, os grandões vão para as assadeiras mais cedo e sobram apenas os mirins na geladeira do supermercado.
Dentre as idéias de emendar dois perus de 4kg. como um mutante de quatro asas e quatro coxas suculentas já previa que a maldição dos primeiros que arriscam a fazer tal receita se profetizava (vide 1a edição da zel). A salvação foi encontrar a loja da Sadia na Vl. Anastácio, terra longínqua onde perus-gigantes migram depois do Natal.

Juro que nunca estudei tanto uma receita, até mais do que prova de colégio. Lia e relia para garantir que já tinha todos os itens estavam na mala, faca pra dessossar, rolo de barbante, agulha (comprada especialmente sob olhos arregalados da vendedora após contar o que ela deveria costurar), tutoriais de dessosa e fotos de referência das edições passadas.

Desenvolvimento

Dia 1 - Durante a madrugada, deixo as aves congeladas sobre a pia. À medida em que descongelavam, fui dessossando conforme os tutoriais e a lembrança de ter ajudado o Fer na outra vez. No começo é divertido e parece um quebra-cabeça cujo objetivo é separar carne de ossos e tentar não furar a pele externa. Depois de 3 horas, los 3 amigos foram para a geladeira.

À tarde, saímos para comprar os vegetais e minutos de pânico: não tem aipo! Rapidamente calculo os riscos de não encontrar o ingrediente em outros 2 mercadinhos na véspera de ano-novo e encarei como um golpe do destino, paciência, porque não trouxe aipo de São Paulo? Se o Fer estivesse presente, acenderia rojão pela receita perfeita.

Dia 2 - O jantar era à noite, então calculando tempo de forno, preparação e margem de erro acordei perto das 7hs para preparar os recheios. Fazer o pão de milho, moer temperos, reunir tábuas e facas, panelas, ok. À medida em que o pessoal da casa acordava distribuí tarefas de descascar e picar cebolas, alhos e pimentões, enquanto a Tati ajudava a refogar as farofas e lia a receita pela 73a. vez.

Recheio pronto, carnes temperadas, é hora da montagem. A casa parou para acompanhar a operação da pirâmide de peru + farofa + pato + farofa + galinha + farofa e a sutura final do pequeno monstro de 13kg. Antes mesmo de acabar a costura, as farofas que sobraram foram consumidas rapidamente pela platéia.

Despedidas calorosas ("tchau perúúúúúú!) para a assadeira carregada em direção do forno.

Conclusão

Depois de 8 horas de forno e 1 de descanso, finalmente corto os dourados e suculentos pedaços.

Sucesso! A receita saiu ótima e sob elogios e comemorações meu "peru" ficou famoso entre todos os convidados.

Era o fracasso de cozinhar algo inédito ou a glória eterna. Pelo menos até a próxima edição. :)



Primeiro corte. Assopre a vela e faça um pedido!



Corte transversal e as camadas suculentas.

O trabalho é enorme, mas se você encara o desafio, no mínimo a diversão é certa, além do resultado espetacular no final. Leia o caminho das pedras no blog da Zel: [link]

segunda-feira, janeiro 15, 2007

novo layout. já já.