quinta-feira, junho 25, 2009

Caipirinhas

Na última terça-feira fui a um Happy Hour de despedida de um amigo do escritório. O lugar escolhido foi o Pateo da Luz, dentro do Center 3, na Paulista. Lugar de fácil acesso, comandas individuais, rodízio de pizza com pizza de rodízio, nada de muito destaque ao paladar nos comes. Foi o que bebi que me levou a refletir e escrever a respeito: a caipirinha de cachaça (R$ 9,50). Chamou-me a atenção no cardápio a preocupação com a qualidade da cachaça, Seleta. Boa cachaça artesanal de Salinas/MG. Peço uma. O garçom traz à mesa um copo Old Fashioned, com limão macerado e gelo, finaliza o coquetel, completando o copo com a cachaça, deixando à minha frente uma bela apresentação. Misturo os ingredientes com o canudo-mexedor e provo. Mistura com bastante limão, pouco açúcar, e um defeito: aroma de madeira. Descubro depois que a cachaça Salinas é envelhecida dois anos em Umburana. Degustada pura, certamente uma delícia. Mas achei que a madeira não harmonizou com o drink. Uma pena.

Essa minha recente mania de caipirinhas começou com uma visita há cerca de um mês ao bar Veloso, que serve ótimos exemplares do coquetel nacional. Minha preferida, limão com Espírito de Minas, estava perfeita, equilibrada nos sabores e aromas da cachaça, do limão, e a doçura no ponto, nem mais nem menos que o necessário. Provei também das versões Jabuticaba e Tangerina com Pimenta, todas ótimas, mas nada como a tradicional de limão. Realmente uma caipirinha campeã.

O espírito desbravador desperta nestes momentos, e tenho provado das caipirinhas sempre que possível (e sempre com cachaças de qualidade, claro). A outra oportunidade surgiu no Bar do Malandro. Neste não havia muitas opções de cachaça, e acabo optando pela Nêga Fulo, que resultou na desarmonia com as madeiras da guarda em carvalho, como no Pateo da Luz. Esta porém achei mais problemática, o bartender usou um limão inteiro e bastante açúcar, e o resultado foi muito doce, com muito limão. Aprendi, neste bar, só peço cervejas.

E a aposta número 3 desta minha seqüência no drink nacional foi no Pirajá. Ótimo bar, só produtos de qualidade, minha Espírito de Minas estava lá para compor o drink. Fui contudo incorrer no erro de acatar a sugestão do garçom e pedi caipirinha de maracujá com limão. Estava gostosa, no ponto para uma caipirinha... de maracujá, que dominou o paladar e deixou o limão pra escanteio. Não a citaria se não fosse um importante aprendizado: o copo. No Pirajá utilizaram um copo Long Drink, prendendo os aromas. Certamente o drink ganharia mais num copo mais aberto, liberando todos seus cheiros. Ainda assim, volto em breve pra provar da clássica limão com Espírito de Minas. E bebericar do ótimo chope, no padrão do irmão mais velho, o Original.

Minha intenção era postar ontem, mas como demorei pra escrever, acabei acrescentando mais uma ao repertório: a d’O Bar Baro. Bar Balada, pela noite fui prestigiar o aniversário de uma amiga. E acabei provando a caipirinha com Santo Grau (R$12,50). Duas, pra dizer a verdade. Mas com propósitos exploratórios. Explico: a primeira veio com um limão inteiro, e eu quis provar se seguindo a receita da IBA um drink não tão bom poderia melhorar. Pedi então pra usar meio limão. Continuou uma caipirinha de balada, nada de memorável, mas melhorou bastante, ficou mais equilibrada, limão, açúcar e cachaça se respeitando. A cachaça era da branquinha, sem madeira, mas não me atentei se era a Paraty ou a Coronel Xavier Chaves. Enfim, valeu pelo teste da receita.

Aguardem os próximos capítulos sobre caipirinhas.

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terça-feira, junho 23, 2009

O Centro de São Paulo

E como quem acaba de acordar, tenho preguiça. Por isso vou reciclar de minha correspondência eletrônica os comentários que enviei sobre a reportagem do Guia da Folha (para assinantes UOL/Folha)


Bauru do Ponto Chic - Também disponível perto do Shopping Paulista, realmente bem gostoso. É o Bauru original. E bem diferente do Bauru de boteco, a receita leva rosbife, 3 queijos fundidos e pepino. Nada de presunto. No Ponto Chic também vale a pena o Rococó, rosbife com aliche. E é um dos poucos, senão o único, que faz sanduiche de aliche como os que eu comia na infância, aliche com bastante salsa no pão francês.

Bolinho de bacalhau do Bar Léo - Obra de arte botequeira, com aquele chopinho é realmente uma coisa bem triste. Somente as quartas e sábados. Nos outros dias, ou mesmo nas quartas e sábado, vá também de canapés.

Bolo de Banana do Girondino - A partir de agora na wishlist. Nunca dei muita bola pro Girondino, provavelmente porque li faz tempo numa reportagem que eles usavam café comum. Mas da última vez que fui lá o café estava bom. Os meus cafés preferidos do centro não abrem aos sábados, por isso tive que passar lá, e gostei.

Cappuccino do Giramondo - Dispensa comentários, era meu café da manhã de todos os dias, está entre meus espressos favoritos. O sanduiche de motadela deles dá de 10 no do mercadão. É a mesma mortadela, Ceratti, fria. Mas diferentemente do mercadão eles cortam na hora, e colocam "só" 125 gramas no pão, dá pra sentir o gosto do pão crocante. E pode pegar da salsa picante que eles fazem, nem é tão picante, mas muito saborosa. Já provei todo o cardápio e é tudo muito bom, almoçar sanduiche de presunto parma com vinho é ótimo e difícil de encontrar. Bolos ótimos, pão na chapa perfeito (Aldo: "o ponto de cottura da manteiga é
baixo, então primeiro torramos o pão e só depois colocamos manteiga.") A filial na Paulista, recém aberta, ajuda bastante para eu conseguir mais vezes dessas maravilhas, afinal eles fecham cedo (19h) e não abrem aos sábados.

Cassoulet do La Casserole - O Casserole sempre me despertou interesse, mas nunca fui, imagino que seja caro. Mas quero ir um dia. Comer Cassoulet, claro.

Cheesecake de Tangerina do Caffè Latte - Do Latte eu conheço o espresso, tomava lá quando almoçava daquele lado do Anhangabaú. Muito bom o lugar. E bonito. http://blog.estadao.com.br/blog/luizamerico/?title=expresso_sem_erros&more=1&c=1
&tb=1&pb=1 .
Faz umas duas semanas fui lá de novo, o lugar evoluiu, a máquina temperou, algo mudou pra melhor. Só sei que os espressos estavam magníficos, tanto o Latte que acompanhou o pão com manteiga nosso de cada dia, quanto os fabulosos ristrettos que encerraram o desjejum.

Filé com alho do Moraes - Conheço a filial da Al Santos, bom, mas não acho que
valha o preço.

Galeto do Salve Jorge - Também morro de vontade de ir cervejar no Salve Jorge, mas não tive a oportunidade ainda. Que virá.

Paella do Fuentes - Do Fuentes já provei o bacalhau, uma posta enorme, alta, saborosa, maravilhosa, e o Puchero, um cozido de um monte de carnes, favas e feijões, ótimo também. Estranhamente fecha aos sábados e abre domingos.

Pão de mel da padaria do Mosteiro de São Bento - Será aquele recheado com geléia? Bem gostoso, mas muito doce pro meu gosto.

Pastel de Belém da Casa Godinho - Não sabia desta especialidade, a Casa Godinho eu achava que fosse daqueles empórios pra comprar bacalhau. Quem sabe um dia...

Picadinho do Dona Onça - Dona Onça está na mira desde que li a respeito em algum guia ou blog. Ou vários. Caçá-la-ei.

Sanduíche de pernil do Estadão - Minha verdadeira paixão no centro, o Estadão fica aberto 24h, 363 dias por ano (fecha na sexta santa e no natal/ano novo, nunca lembro qual dos dois). E o sanduba de pernil deles não tem igual, a receita é simples, mas ninguém faz igual. Se você pedir pra colocar uma pururuca no meio, é um sanduiche orgasmático. Vida longa ao Estadão!

Intermitências

O blog não morreu por causa do colesterol.
Só estava num sono, daqueles sonos que se tem ao comer um cozido pernambucano.
Enfim, vamos levantar, que é quase hora do almoço.